ABRUPTO |
semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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26.4.06
O ABRUPTO FEITO PELOS SEUS LEITORES: DESTAQUE DE NOTÍCIAS (...) hoje no Publico vêm duas noticias muito interessantes: 1) a Faculdade de Psicologia do Porto corre o risco de ficar fora do processo de Bolonha porque uma funcionária não pagou um excesso de peso no dia 27 de Março. O prazo limite era 31, e os documentos só seguiram no dia 3. O que é que se terá passado nessa semana (de 27/3 a 3/4) é um mistério; como é que é possível que o erro não tenha sido corrigido a tempo é outro mistério. Como se costuma dizer, a realidade ultrapassa a ficção. Aguardemos pelas cenas dos próximos capitulos. 2) vai haver uma exposição sobre a Custódia de Belém de Gil Vicente. Saúda-se a iniciativa. O que é incrível é que quando se vai ao Museu de Arte Antiga, a Custódia passa despercebida. Não há (pelo menos não houve durante anos e não havia até ao ano passado) um texto que evidencie a singularidade da obra, ou que explique quem é o autor. Apenas são prestadas as informações minimas usuais: data, nome e autor. Sem querer ser destrutivo de modo saloio, parece-me muito pouco. E parece-me revelador de duas coisas: - um modo elitista de ver a cultura (supõe-se que as pessoas já conhecem a obra) que resulta em Museus que são montras (e onde não se aprende nada / o conteúdo didáctico é pouco). - um modo muito "sub-desenvolvido" de nos valorizarmos e de preservarmos a nossa memória colectiva. Estamos sempre a pensar que somos piores que os Europeus, mas Shakespeare, Rabelais, Montaigne ou Cervantes não eram ourives. Outro povo evidenciaria provavelmente mais essa fantástica versatilidade de Gil Vicente. Tornar-nos realmente desenvolvidos vai passar por aí: cuidar da nossa história, dos nossos feitos. Essa versatilidade aliás ainda existe. Um dos artigos base de uma das ultimas edições da Publica (se não me engano) era dedicado a essas pessoas. (Eduardo Tomé) (url)
© José Pacheco Pereira
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