ABRUPTO

29.4.06


MINHO, MINHO, MINHO À NOITE

Pelas estradas do interior, dez quilómetros são cinquenta. Terra, sobre terra, sobre terra. Nomes antigos, nomes bárbaros, consoantes fortes. Bês e guês, erres. De dia, parece estar tudo em cima de tudo, vinhas e terrenos, casas e igrejas. De noite, até parece que há bosques, lugares de escuridão antiga, com casas isoladas, janelas vagamente amarelas ao longe. As igrejas, no cimo das colinas, iluminadas. No iPod, Joan Didion fala de mortes na família, funerais, do seu livro The Year of Magical Thinking. Numa curva, em Roriz, pergunto-me se alguma vez a voz de Didion se ouviu no Minho. Passou-me Camilo à frente, pelos olhos. Não é verdadeiramente nada de importante. Adiante.

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© José Pacheco Pereira
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