ABRUPTO

1.4.06


LENDO / VENDO /OUVINDO
(BLOGUES, JORNAIS, TELEVISÕES, IMAGENS, SONS, PAPÉIS, PAREDES)
(1 de Abril de 2006)


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Ruas americanas. Spring fever.



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A marcação da agenda mediática pelos blogues é cada vez mais importante, queira-se ou não. Começa a haver um claro mecanismo de sinergias entre os blogues e outros meios: jornais e revistas em papel, emissões de rádio, publicação de livros, programação cultural, colóquios e sessões de debate, iniciativas culturais e políticas. Este caminho não tem retorno, quem o segue anda em frente. É natural que essa agenda não se manifeste para já com a mesma importância em todas as áreas, mas, em áreas criticas do espaço público, começa a impor-se cada vez mais. Entre essas áreas tem relevo a própria comunicação social, que cada vez mais recruta nos blogues, e o “espaço cultural” mais mediatizado, incluindo a edição, a animação cultural, os eventos, como agora se diz.

Há dois exemplos actuais típicos: a polémica sobre a providência cautelar ao livro de João Pedro George, que ecoa o impacto de um seu texto no Esplanar; e, com origem no mesmo blogue e amplificado por um debate na blogosfera, a questão do amiguismo na crítica literária. O debate na Casa Fernando Pessoa (relatado no Público de hoje) é típico deste papel dos blogues. Organizado por Francisco José Viegas, que trouxe para a programação da Casa o mundo dos blogues de que ele próprio faz parte, o seu tema era o do debate de há dois meses na blogosfera, e os seus intervenientes eram identificados em linha pelos blogues que escreviam. Mais significativo ainda: o ambiente na sala, como refere o Público, “fez a temperatura ferver na Casa Fernando Pessoa”, o que também é típico dos blogues e já não se usava há muito no mundo da “cultura”.

ADENDA: outro aspecto interessante deste novo mundo é poder-se ler o relato do que aconteceu na Casa Fernando Pessoa a muitas vozes. Uma delas, a de Eduardo Pitta, que estava na mesa do debate, acrescenta esta muito interessante nota "social" que só confirma o que se diz acima:
"Numa sala a abarrotar, encontrei Isabel Coutinho, editora do Mil Folhas, Carla Hilário de Almeida Quevedo, do Bomba Inteligente, Gustavo Rubim, João Pereira Coutinho, Isabel Goulão, do Miss Pearls, Miguel Real, Luís Carmelo, do Miniscente, João Rodrigues, editor da Dom Quixote, Ana Madureira, do gabinete da ministra da Cultura, Maria do Rosário Pedreira e Ana Pereirinha, respectivamente editora e editora-adjunta da QuidNovi, o jornalista Rui Lagartinho (facção pró-Margarida), Ana Cláudia Vicente, do Quatro Caminhos, e se me esqueço de alguém é sem intenção. O Francisco, a Anick e o Ricardo, como sempre, anfitriões atentos. O vinho não sei se era bom, não provei."

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© José Pacheco Pereira
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