ABRUPTO

19.2.06


LENDO / VENDO /OUVINDO
(BLOGUES, JORNAIS, TELEVISÕES, IMAGENS, SONS, PAPÉIS, PAREDES)
(19 de Fevereiro de 2006)


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Não é novidade mas continua a ser bizarro que todos os canais televisivos transmitam em directo uma cerimónia religiosa, respeitável por certo, mas cuja ocupação do espaço televisivo é excessiva em relação ao seu interesse público. Interesse público que tem como notícia, mas injustificável em horas e horas de directo simultâneo.

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Já agora duas perguntas por curiosidade, e que os leitores não terão dificuldade em responder:

- nas actuais condições atmosféricas de vento muito forte, os helicópteros estão a actuar em condições de segurança? (Admito que sim, mas gostaria de saber mais.)

- lembrando-me eu da Morgadinha dos Canaviais e dos conflitos provocados pela proibição de sepulturas nas igrejas, que legislação permite o caso da Irmã Lúcia?

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Mais um amigo do 24 Horas - António Barreto no Público:
"O ataque ao jornal 24 Horas é um exemplo flagrante. Protegidos pela lei, pois claro, um juiz, vários procuradores, a PJ, a PSP e a GNR assaltaram a redacção do jornal, confiscaram computadores e discos informáticos e entregaram notificações a vários jornalistas entretanto acusados de crime e constituídos arguidos. Como não se trata de um jornal benquisto pelas elites, o caso passou relativamente à margem dos grandes escândalos. Mas é um caso muito sério e grave.
(...)
É confrangedor o silêncio do Presidente da República, do Parlamento e do Governo. Escudados pela "separação de poderes" e pela "independência da justiça", esses órgãos de soberania revelam um comportamento condenável: há assuntos que não dispensam opinião e a que os mais importantes dirigentes políticos não podem ficar indiferentes. Seria bom que percebessem que os direitos dos jornalistas são instrumentais, isto é, garantem os direitos dos cidadãos e a liberdade de expressão e informação. É por isso que o caso é grave."
Assino por baixo. Já estão a ficar muitos os que se preocupam com o que se está a passar com este "inquérito" da PGR.
Com o caso "24 Horas", criou-se um precedente perigosíssimo. O facto de se tratar de um tablóide - de que, de resto, não sou leitor - é irrelevante. De agora em diante, nenhum dos media poderá considerar-se a salvo de operação semelhante. Ora, o direito de informar (indissociável do direito à protecção das fontes) pertence ao coração da democracia. Subscrevo consigo, portanto, o texto de António Barreto.

(Torquato da Luz)

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© José Pacheco Pereira
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