ABRUPTO |
semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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22.10.05
O ABRUPTO FEITO PELOS SEUS LEITORES: BOATOS E DESINFORMAÇÃO De onde surge o boato (chamo-o de boato precisamente por desconhecer a sua veracidade) que circula na internet, que indica o nome do candidato à presidência Mário Soares como proprietário dos terrenos na Ota onde, presumivelmente, se construirá o famoso aeroporto? O texto que circula indica a autoria de Miguel Sousa Tavares, o que é absolutamente falso. Sousa Tavares escreveu um artigo para o Público intitulado " Um crime na Ota", no qual não consta nenhuma "História de dois aeroportos". Este é o título que tem passado de mail em mail e que contém a tal revelação sórdida sobre a pertença dos terrenos da Ota. Como trabalho num ambiente em que todos os colegas têm acesso à internet e onde há espaço para comentar informação, este tem sido um ponto de polémica. Não faltam colegas prontos a acreditar em tudo o que leêm mas, como toda esta história me parece tão perigosa e sinistra, resolvi apelar para quem tem a isenção necessária (talvez não toda a informação, mas esta é apenas uma tentativa) para apontar alguma luz nesta direcção. (Susana Cunha) * Como muitas vezes acontece, o módulo original é genuíno (o texto sobre os aeroportos, ver explicação no Blasfémias, a que depois se acrescenta o boato e a desinformação (a acusação a Soares, havendo variantes do mesmo texto envolvendo outros dirigentes políticos). Este é um exemplo entre muitos de uma prática comum na rede (mais nos e-mail do que nos blogues) e nas redacções dos jornais, só que, nestas últimas, o mecanismo da edição impede, por regra, a sua publicação. Em períodos de luta política, este tipo de boatos intensificam-se, e associam-se ao recrudescimento de intrigas com origem em fontes anónimas. Aqui, jornalista prevenido vale por uma redacção inteira, embora as intrigas “passem” bem na imprensa, e os boatos não. Do mal, o menos. Quanto aos boatos, há várias escolas de pensamento sobre o modo de os defrontar. Penso que devem ser tratados caso a caso, como excepções à regra de os ignorar. No caso de boatos sobre património, como é este caso, um esclarecimento rápido e incisivo pode ajudar a combater o boato. Mas, insisto, não há regra estabelecida. * "Assim começam os boatos: Faz-se um resumo do estudo apresentado por Rui Rodrigues em 21 de Março de 2005, acrescenta-se "por Miguel Sousa Tavares" e termina com "dono dos terrenos da Ota... Pois é... (!) o Dr. Mário Soares". Autoria do Miguel Sousa Tavares sobre este artigo, não existe, apenas do título. Se o Dr. Mário Soares é dono, ou não? Também não vem mencionado em nenhum lado. A única verdade são os números apresentados sobre os dois aeroportos e retirados do estudo apresentado com autoria de Rui Rodrigues." (url)
© José Pacheco Pereira
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