ABRUPTO |
semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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29.9.05
UMA FORMA NOVA DE ASSALTO AO BOM SENSO Com sondagens lidas como se fossem argumentos políticos e opiniões de especialistas que saltam do terreno seguro que conhecem para a opinião livre, tão “impressionista” como qualquer outra, mesmo que informada (e muita opinião “impressionista” é também informada), está a dar-se um novo assalto ao bom senso. Na minha escola de pensamento, o bom senso, assente na experiência, é sempre um terreno seguro para pensar, mesmo contra-intuitivamente, ou seja de forma criadora. Muita gente embarca alegremente, até porque é uma moda como qualquer outra. Uma das coisas espantosas que circula (e que Alegre transformou em argumento político) é que a existência de várias candidaturas competitivas na “esquerda” é vantajosa porque vai buscar todos os votos possíveis, pela pluralidade de opções. Talvez seja, talvez numericamente assim seja, mas politicamente é um absurdo imaginar um voto gelado, racional, descontar o papel das fricções inevitáveis, da usura da área (de toda a “esquerda”), da desmobilização pela garantia da derrota antecipada, pelo menos na primeira volta, pelo desgosto pela divisão, pela acrimónia inevitável e o desgaste nos candidatos. Pelo menos entre Alegre e Soares, o bom senso diz que será assim, mau para ambos, mas posso enganar-me. Será verificável em Janeiro. Como também não acredito, - insisto, não acredito -, pode ser fé minha, mas parece-me boa fé, que Alegre no mundo real possa ser melhor do que Soares na segunda volta. Pura e simplesmente parece-me … absurdo. E pode ser que, neste caso, não se seja verificável em Janeiro. (url)
© José Pacheco Pereira
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