ABRUPTO

5.9.05


O ABRUPTO FEITO PELOS SEUS LEITORES:
SOBRE O KATRINA

O que acho estranho é que em todas as análises se fala como se nós, seres humanos, pudéssemos moldar e controlar a natureza; quer através da prevenção, quer através da reacção. Tenho visto pouco, ou mesmo nada, que se possa avizinhar com uma atitude de real humildade nossa face ao poder da natureza e à fragilidade humana e da sociedade que nós construímos, face a ela. Como diriam os antigos (...) a natureza ainda é das poucas coisas que, de facto, nos surpreende.

(J.)

*

Temo que o furacão KATRINA seja acompanhado na Europa por uma não confessada auto-congratulação perante o flagelo dos outros. Ou seja, mais uma vez vamos escolher o caminho sobranceiro e professoral (aprendam umas lições...), olhando complacentemente para nós próprios e recusando-nos, mais uma vez, a aprender o que temos de aprender...Com "eles", apesar de tudo. Veja-se apenas o ranking internacional das Universidades hoje divulgado no Público (só 8 Universidades americanas nas 10 primeiras). É aspecto agora menor, certamente. Mas condena-nos a um medíocre e continuado sofrimento, a uma "apagada e vil tristeza", bem mais difícil de ultrapassar do que o momento catártico que agora se atravessa do outro lado do Atlântico. Quanto às lições que aí se terão de extrair, estou certo que "eles" as saberão extrair (basta ler os jornais "deles" e ver como, tão certeiramente, colocam o dedo nas feridas) e o facto de as seguirem ou não, verdadeiramente, não é problema nosso.

(Luís Coutinho)

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© José Pacheco Pereira
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