ABRUPTO

13.6.05


À MEMÓRIA, DA MEMÓRIA

AS AMORAS


O meu país sabe a amoras bravas
no verão.
Ninguém ignora que não é grande,
nem inteligente, nem elegante o meu país,
mas tem esta voz doce
de quem acorda cedo para cantar nas silvas.
Raramente falei do meu país, talvez
nem goste dele, mas quando um amigo
me traz amoras bravas
os seus muros parecem-me brancos,
reparo que também no meu país o céu é azul.


(Eugénio de Andrade)

(url)

© José Pacheco Pereira
Site Meter [Powered by Blogger]