ABRUPTO |
semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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18.6.05
EARLY MORNING BLOGS 520
Rua Duque de Palmela 111 Pelo lado dos lódãos ao fim do dia depressa se chega agora no verão à pedra viva do silêncio onde o pólen das palavras se desprende e dança dança dança até ao rio. (Eugénio de Andrade) * Uma sala coberta de livros, ao mesmo tempo sala de ler, de escrever, de comer, com uma cozinha incrustada, uma janela para as traseiras, as traseiras do Porto com quintais, na direcção do Douro. Na entrada, para a direita ficava o quarto de banho e o quarto, com janela para a Duque de Palmela, uma rua silenciosa quase sem trânsito, numa parte do Porto perdida do centro, mesmo estando perto do centro. Cinco minutos até S. Lázaro, donde se partia para o resto do mundo, pelos Poveiros, pela Batalha, pelas Fontainhas, pelo Padrão. Uma dispensa cheia de livros, no caminho à esquerda. Um desenho de Jean Cocteau no corredor, onde, na assinatura e na fluidez do traço, se percebia que o Eugénio tinha ido ali buscar, na sua juventude, a assinatura. O seu “Eugénio”, depois o seu “E.” estavam no Cocteau. O asterisco com que marcava nos livros as passagens que mais o interessavam ou entusiasmavam, vinha do Cocteau. Esta foi sempre a sua verdadeira casa. Bom dia! (url)
© José Pacheco Pereira
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