ABRUPTO

16.5.05


OS LIVROS DA SÁBADO

O CAMINHO DA “CAMINHO”

Quem gosta de livros sabe que a Caminho é uma das melhores editoras portuguesas. Ligada ao PCP, funcionando no seu início como braço civil das Edições Avante!, publicando para os agnósticos e os incréus mais daquilo que a casa mãe publicava para os fiéis, a Caminho nem por isso deixou de “caminhar” para aquilo que é hoje: não apenas uma boa editora, mas uma excelente editora. Dominante em muitas áreas da edição, como o livro infantil e juvenil, a Caminho iniciou uma variante portuguesa de livros de arte muito semelhante no formato e ilustração a uma idêntica colecção da Taschen, numa série dirigida por Bernardo Pinto de Almeida e Armando Alves.
Na colecção saíram já três volumes, sobre Almada, António Carneiro e Alvarez, e como os dois últimos são menos conhecidos do grande público, podem e devem funcionar como descobertas para um Portugal desconhecido. Veja-se, como aperitivo ao mundo genial de Alvarez, o moinho da capa do seu livro. É verdade que Alvarez era meio galego e que aquela paisagem não é portuguesa, mas basta para se perceber como o mundo icónico da pintura fica mais complexo se lhe somarmos coisas como este moinho ou o “Nocturno de Leça” de António Carneiro. Vale a pena.

(Entretanto saíram mais volumes.)

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© José Pacheco Pereira
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