ABRUPTO

6.5.05


DOIS ANOS

POEIRA DE 6 DE MAIO




Hoje, há sessenta e seis anos, Christopher Isherwood e um amigo, apanhavam um autocarro da Greyhound de Nova Iorque para Washington. Isherwood achava que os autocarros “are built like streamlined Martian projectiles; they seem designed to destroy everything else on the road”. No mundo, dentro e fora do autocarro, tudo parecia uma fatia de Americana. Cada condutor trazia a sua placa e colocava-a bem á vista de todos: “N. Strauser. Safe. Reliable. Courteous”. Devia ser para receber gorjeta. De vez em quando o autocarro parava. “Comfort stops” e hot dogs, leite, Coca Cola. Pouco a pouco, amanhecia e “the country begins to come alive.” Numa localidade qualquer, um padre esperava por clientela para os casamentos; noutra “duas colunas separadas honravam os mortos da Guerra, de um lado os brancos, do outro, os negros.” Chegaram ás quatro e meia da tarde.

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© José Pacheco Pereira
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