ABRUPTO

6.5.05


DOIS ANOS


BIBLIOFILIA

AFINAL HÁ LENDAS URBANAS QUE SÃO VERDADEIRAS 2




Olhei para o monte de livros, melhor, olhei para um dos montes de livros, e a minha primeira sensação foi comportar-me como o Tio Patinhas: salto em cima e deito as moedas, engano, os livros ao ar, agradecendo à moedinha da sorte original. Depois a imensa sensatez que me povoa nos dias pares, lembrou-me que isso não se faz aos livros. Estes já tinham sido carregados como tijolos, e à pá, descarregados em cestos de vindimas e atirados para o lagar inexistente com a sem cerimónia com que se atira uvas, ou ração aos animais (urbanos, vejam a quinta das "celebridades"...), pelo que me devia comportar. Comportar.

Foi o que fiz e lá estou festejando o aniversário da folha abstracta de bits, o Abrupto, com o manuseio da folha concreta de átomos. Colocando-os uns sobre os outros para perderem a deformação da viagem atribulada. Dando ordem ao caos. E encontro de tudo: livros, revistas, recortes, fotografias, postais, selos, documentos. E só arrumei para aí cinco por cento.


Como um Dumas sinistro, um “Ar livre” vigoroso e percursor do surto de atenção ao corpo que os totalitarismos trouxeram nas primeiras décadas do século XX ( sim, os nazis foram naturistas militantes e olhavam para os corpos nus e atléticos, dos homens em primeiro lugar, mas também das mulheres, de uma forma, digamos, viril…), uma bela revista Ocidente e várias “formiguinhas”, a colecção micro da Majora, um nome mítico para as crianças portuenses, que eu tive entre as primeiras leituras. Mas há muito, muito mais.

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© José Pacheco Pereira
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