ABRUPTO

5.4.05


GEOGRAFIA DO MUNDO SUBTERRÂNEO



Geografia do mundo subterrâneo, em Fédon de Platão (111-112)

"(...) No seu conjunto, tal é a natureza da terra e de tudo quanto a rodeia. Mas também nela, nas suas concavidades, há muitas regiões dispostas circularmente; umas mais profundas e abertas do que esta em que habitamos; outras que, sendo mais profundas, têm uma abertura menor que a nossa região; e há outras que são de menor fundura que esta, mas mais amplas. Todas estas regiões subterrâneas comunicam entre si, em muitos pontos no interior da terra, por meio de canais, de diâmetros mais estreitos ou mais largos, por onde flui em abundância a água de umas regiões para as outras, como em bacias, formando rios perenes e subterrâneos de incontável grandeza, tanto de águas quentes como frias, em contínuo fluxo; passando por aí em abundância o fogo, há também enormes rios de fogo e de lama, ora mais límpida, ora mais lamacenta, como essas torrentes de barro que na Sicília fluem precedendo a torrente de lava e depois a própria lava. Todas essas regiões da terra, são inundadas por estes rios, consoante a direcção tomada pelas suas correntes, que se movem para cima e para baixo, por efeito de uma oscilação que se produz no interior da terra, cuja causa natural obedece ao seguinte: Há entre os abismos da terra um que é o maior e que a atravessa de lado a lado. A isto alude Homero quando diz: Muito distante, onde se abre sob a Terra, o abismo mais profundo. (...)"

(cortesia de Ana da Palma)

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© José Pacheco Pereira
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