ABRUPTO

7.2.05


NATUREZA MORTA MATINAL

Da esquerda para a direita: uma pilha de jornais e revistas com artigos marcados para fazer uma bibliografia, em cima um comando para uma televisão apagada, a mão esquerda, uma lupa, uma caneta, uma tesoura, um lápis, cinco ou seis zips, postais, um papel com uma password escrita à pressa, uma carta, um “leitor” com um livro aberto de pedra, água, um telefone silencioso, sem som, um dado viciado, uma pequena estação meteorológica com relógio – dez e cinquenta e cinco, dezanove graus dentro da sala, perto de mim, quinze graus lá ao fundo, lá fora seis ou sete – azul do céu em frente, verde das árvores, vermelho dos telhados, um ecrã com texto, dois olhos, um rato, uma ligação Bluetooth desligada, a mão direita.

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© José Pacheco Pereira
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