ABRUPTO

4.2.05


META-DEBATE - CONCLUSÃO

No debate de ontem entre Santana e Sócrates ficou bem patente o vazio que se instalou na política portuguesa. Se era isto que Santana queria, ainda bem que só houve um, sendo de agradecer o gesto de Sócrates, talvez ainda lembrado do desinteresse do Telejornal de Domingo, há não muito tempo atrás.
Depois de um primeiro quarto de hora deprimente, em que os dois candidatos fizeram um concurso sobre quem era o mais atacado na sua vida particular, mostrando-nos a verdadeira via sacra que tem sido o seu percurso, levando aos limites do inaceitável a estratégia da vitimização que é própria de ambos, restou uma discussão pobre, sem ideias, nem convicções.
E a verdade é essa mesma. Como o que os moveu sempre foi a auto promoção e os seus próprios interesses, apoiados na sua imagem, tanto Santana, como Sócrates, só se sentem verdadeiramente motivados e dominadores quando falam do dossier que mais os ocupou na sua vida e percurso político: eles mesmos.
Chegou a ser confrangedor a falta de verdadeiras distinções entre eles. São demasiado iguais, sendo que as fraquezas de um, são as fraquezas de outro, pelo que nunca pôde haver grande contundência nas afirmações.
Valha a verdade que o próprio formato do debate não ajudou, sempre muito rígido, com as perguntas excessivamente formatadas e um ambiente demasiado asséptico. Os entrevistadores pareciam que não estavam lá, demasiado distantes da discussão e pouco interventivos. Pareceu mais uma prova oral entre dois maus alunos, que apenas estudaram para passar e em que o professor deu uma ajudinha, nunca levando as questões muito longe, evitando assuntos que pudessem não ter sido estudados ou que não estivessem nas cábulas.
O debate de ontem mostrou porque é que a RTP decidiu acabar com o programa entre ambos aos Domingos e porque é que Marcelo os batia aos pontos, no mesmo horário, na TVI.

(Pedro Costa Azevedo )

Que grande confusão. E as propostas que aparecem têm um incrível impacto no aumento da despesa. Tão irrealistas, tal como a sua aplicabilidade. Multiplicar-se-ão os estágios sem o reconhecido valor pelas empresas só pelo facto de serem de graça? E o que acontece depois desses estágios? Voltam para o desemprego?

(Luis Couto)

Se não me engano começou com o Dr. Bagão Félix, e pelo menos mais duas pessoas comentaram o seguinte no seu blog:
"...um funcionário público reformado, com tempo completo, custa tanto ao Estado como um no activo..."
"...saem 2 entra 1, que só significa que o Estado deixa de ter encargos com
2 funcionários para passar a ter com 3..."
Gostava só de apontar para um pequeno defeito de raciocínio que leva várias pessoas a pensar que descobriram a pólvora e mais uma proposta demagógica de um candidato:
É que, as pessoas também morrem!
Até pode ser que, com o aumento da longevidade, dos dois que se reformam morrem menos de dois reformados (talvez 1,9 ?), mas dai até pensar que mesmo que se bloqueasse a entrada por completo íamos ter despesa para sempre...

(Pedro Nogueira)

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