ABRUPTO

3.2.05


META-DEBATE 46 - BALANÇOS

PSL esteve melhor na primeira parte. JS mais calmo na segunda, mas sem dominar. No "final statement", JS pareceu melhor que PSL. Durante o debate os dois tiveram tendencia a resvalar para o populismo, mas estou em crer que o formato favoreceu JS, mantendo o PSL com "redea curta". Teria sido melhor se os candidatos tivessem mais tempo para expor as suas ideias e debater entre eles. Nao me parece que tenha havido um vencedor.

Andre Faria

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Muito pouco. Educação nada, formação nada, saúde nada.
As perguntas formuladas não ajudaram, foram todas evidentes, permitindo aos intervenientes "debitar" as lições relativamente bem estudadas.
Não sei se há perdedor. Na minha opinião, vencedor não há.

(Maria Manuel)

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A única elevação do debate foi o décor do estúdio e a solenidade dos jornalistas da SIC. Está tudo criado para o debate mas faltam as regras da disputatio e sobretudo os antagonistas (ainda assim, menos mal PSL do JS). Será que salvando a prosódia tão má, tão má de Sócrates ganhávamos um adversário?! Parecia tão simples "dominar" PSL, e no entanto..... Mas que penoso o tom popularucho de PSL "falando pro povo"!!

(Paula Lopes)

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PSL não se safou da falta de credibilidade e foi mais retórico, parece mesmo viver noutro país quando afirmou que o pais está muito bem, que está melhor, diz que tem um sonho mas para o país é um pesadelo, insiste que ninguém põe em causa as decisões deste governo JS não aproveitou as fragilidades da coligação PSD/CDS, foi em geral mais positivo e construtivo

(antonio)

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O argumento de que são os mesmos do PS a voltarem ao Governo é muito forte.
Penso que as pessoas se lembram dos últimos anos do Governo Guterreres.
O argumento dos últimos meses de Governo também é muito forte. Ninguém gostaria de voltar a ver coisas que se passaram no XVI Governo Constitucional.
Empate? Penso que não. Vantagem, ainda que ligeira (e com efeitos
discutíveis) de PSL.

(Rui Esperança)

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Em relação ao debate acho que quem ganha é Paulo Portas, por incrível que pareça.

Fica-se com a sensação que se ele lá estivesse tinha dizimado dois candidatos a Primeiro-Ministro que com condições similares ao modelo de debates das eleições americanas nada conseguiram explicar com um mínimo de profundidade e clareza.

Demonstra que o deficit de produtividade abrange igual e claramente os actuais lideres políticos, até um simples debate serve para observar a diferença de capacidade e preparação dos políticos portugueses, em comparação com a performance de pseudo inculto-mentecaptos como George Bush.

Um abraço da Irlanda,

(Ricardo Carvalho)

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Sobre o formato do debate:

- muitas questões importantes ficaram por abordar (a política Europeia, o real significado dos choques "tecnológico" e de gestão), enquanto uma importância despropositada foi atribuída a aspectos relativamente secundários (a campanha e os boatos e as "questões fracturantes")

- há uma tendência por parte dos candidatos para "debitar a lição", dando pouca visbilidade à capacidade argumentativa e ao efectivo domínio dos "dossiers" por parte dos candidatos

- embora as questões formuladas pelos jornalistas fossem relativamente concretas, contribuiram para isolar artificialmente a questão do contexto mais geral (crise orçamental e pacto de estabilidade, emprego e sustentabilidade do modelo económico, etc.)

- este formato tem a virtude de delimitar as derivas retóricas garantindo uma cobertura mais homogénea dos vários temas, mas às vezes fica-se com a sensação de que as questões são apenas afloradas (os jornalistas nem sempre aprofundaram suficientemente as questões durante o contraditório)

- seria útil dispôr entre o painel de jornalistas de alguém que estivesse mais atento às imprecisões, erros e omissões (deliberadas ou acidentais) dos candidatos.

Há virtudes que merecem ser desenvolvidas e melhorias que podem / devem ser introduzidas. Todavia, considero que as vantagens superam os inconvenientes.

Uma nota final para dizer que felizmente existe a TSF, de outra forma teria sido impossível seguir (oralmente o debate). Pergunto-me se a RTP vai colocar a versão vídeo no site. Lamentávelmente os vídeos da SIC só estão disponíveis aos assinantes do SAPO (localizados forçosamente em Portugal). Mais uma demonstração da real ausência de regulação independente em Portugal (reféns dos dos interresses instalados e em particular da PT)

(Carlos Oliveira, Londres)

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