ABRUPTO |
semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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7.2.05
A LER
o blogue colectivo do Diário de Campanha da SIC. Há várias razões pelas quais é interessante seguir o blogue dos jornalistas da SIC que cobrem a campanha, uma iniciativa pioneira em Portugal. Uma, é que no blogue há informação suplementar interessante (por exemplo, no comício do PSD, o facto de Santana Lopes não ouvir os que o precedem e o momento cénico da sua entrada, o retrato físico dos apoiantes transmontanos do PP, a descrição da debandada pós-comício para as camionetas e a banda que o sr. Presidente da Câmara arranjou para o PS); a outra é perceber o papel das opiniões dos jornalistas por detrás no seu relato dos eventos. Os jornalistas, ao falarem na primeira pessoa, expõem-se assim mais humanamente, mas até que ponto isso condiciona a nossa interpretação que não testemunhamos os eventos e esperamos deles que nos informem? Por exemplo, já se percebeu que Ricardo Costa tem em alta consideração a campanha do PP (no que não é único). Mas será ele capaz de “ver” se ela é eficaz, será ele capaz de registar e relatar tudo aquilo que contraria a sua opinião, como se aferirão os relatos que nos faz com os resultados eleitorais, se estes forem contraditórios? Por exemplo, nenhum partido mais que o PP tem utilizado o governo para fazer campanha eleitoral, o que parece que ninguém vê com o mesmo "escândalo" fácil das tentativas bisonhas do PSD. Dualidade de critérios. O meu receio não é tanto a opinião pessoal, que prezo e leio com atenção, é o bias que ela pode dar ao relato, assim como o papel de “cegueira” que tem uma teoria, ou uma ideia forte à partida, face ao que acontece depois. Recordo-me que, numa última campanha eleitoral, os comentadores do Público deram sempre mais notas negativas à campanha dos vencedores, e mais positivas à dos derrotados e, embora uma boa campanha não possa ser medida apenas pela sua eficácia, esse elemento tem que ser tido em conta. Eu preferiria que os jornalistas não tivessem teses à partida, mas que todos os dias flutuassem a sua apreciação em função do que acontece. Eu sei que não é fácil, mas é isso que distingue um jornalista de um comentador, embora cada vez mais os jornalistas se comportem como comentadores. As campanhas eleitorais anteriores estão cheias disso – e não me refiro apenas às simpatias políticas, mas também às simpatias pessoais, às amizades, à empatia e ao conhecimento desigual dos assuntos e das terras, etc. - e, como não se faz nenhuma aferição a posteriori entre o relato (o reporting) e os eventos, e não há tradição de fact checking, depois esquece-se tudo. *
Não acho interessante o Diario de campanha da Sic. Tudo "velho". Basta ver a própria reportagem. Durante o comicio de Castelo Branco do PSD Anabela Neves, dá-se ao luxo de comentar o que se está ouvindo fazendo gracejos! Não é líquido dizer que Santana Lopes não ouve o que os seus antecedores dizeram. EStava certamente vendo e ouvindo a SIC. Tanto assim que durante o discurso se referiu ao que Ricardo Costa tinha acabado de dizer sobre os autocarros e sobre a interpretação que Ricardo Costa tinha dado. Ver a SIC, ler a VISÃO, ou ler o EXPRESSO é completamente igual. Não é necessário ir ler o blogue dos jornalistas da SIC. A unanimidade é tão grande que me pergunto: será que pensam? Ou como Sócrates decoram o discurso?(Isabel Moreira) *
Algumas notas que me parecem pertinentes a propósito do seu texto sobre o blogue dos jornalistas da SIC:(luis antónio santos) (url)
© José Pacheco Pereira
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