ABRUPTO

9.2.05


ISTO NÃO É JORNALISMO SÉRIO

Lamento muito porque o Público é o meu jornal, mas esta peça de hoje auto-justificativa da de ontem (hoje assinada apenas por Eunice Lourenço e Helena Pereira) não é jornalismo sério e viola todas as regras deontológicas do Livro de Estilo do jornal. Vejam como é fabricada uma "notícia" que hoje se reduz a uma "interpretação" dos jornalistas a partir de uma opinião antiga conhecida transformada numa notícia actual de apoio eleitoral ao PS (que Cavaco prefere maiorias absolutas tenho-o citado várias vezes recentemente na Quadratura do Círculo, no seu contexto e intenção e nunca como uma tomada de posição pessoal a favor do PS, o que é completamente desonesto). Fica aqui integralmente este exemplo de jornalismo inventado que chega ao ponto de citar uma fonte sobre "o que é que Cavaco pensa":

Ex-primeiro Ministro Incomodado com Notícia do PÚBLICO / Cavaco vai manter silêncio até 20 de Fevereiro

Aníbal Cavaco Silva vai manter silêncio até dia 20, data das eleições, mas ontem mostrou-se incomodado com a notícia do PÚBLICO que tinha por título "Cavaco aposta em maioria absoluta de Sócrates".

O ex-primeiro-ministro não gostou que fosse recordado, nesta altura, que defende que o melhor para o país são executivos de maioria absoluta e que prevê que o PS possa vir a conseguir governar nessas condições. Não gostou também da leitura de que esse cenário será o mais favorável à sua candidatura presidencial, além do facto de o termo "aposta", que era usado no sentido de previsão, estar a ser interpretado como um apoio ao líder socialista.

O ex-líder do PSD considerou que a notícia podia servir para Santana se vitimizar e preocupou-se em que as rádios e a agência noticiosa passassem o "desmentido" antes do que estava anunciado como sendo a "comunicação do primeiro-ministro", marcada para as 15 horas. Como reconheceu ao PÚBLICO um colaborador do ex-primeiro-ministro aquilo é o que Cavaco pensa, mas não pode dizer porque o PSD não entenderia a sua posição. "Ele não é o Freitas", diz o mesmo colaborador, salientando que Cavaco tem as suas convicções, ou seja, que não muda de partido.

Quanto à actual campanha, Cavaco tem mantido o silêncio e "quer continuar a mantê-lo", afirma o mesmo colaborador do antigo primeiro-ministro e eventual candidato às presidenciais de Janeiro de 2006.

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© José Pacheco Pereira
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