ABRUPTO

1.2.05


INTENDÊNCIA

Actualizada a nota CRISE DE REPRESENTAÇÃO (3). Cada vez recebo mais correspondência no sentido daquela que tem vindo aqui a ser publicada. Concordo e discordo com algumas afirmações dos leitores do Abrupto, mas não é isso que para mim é relevante. As cartas que selecciono são aquelas em que o voto e a vida se misturam, ou que enunciam razões que são vivas no debate público dos dias de hoje. A sua publicação não significa mais do que dar expressão pública (e informação pública) sobre preocupações partilhadas por muita gente e contribuirem para o debate eleitoral. Cada um forme depois a sua opinião.

Colocado no VERITAS FILIA TEMPORIS um texto, Antes e Depois, de Junho de 1994, sobre o golpe de estado na Argélia destinado a impedir que os fundamentalistas, que tinham ganho as eleições, assumissem o poder. Penso que o texto , feito em polémica com João Carlos Espada, tem a ver com os mesmos argumentos que hoje se usam para atacar as eleições iraquianas e a possibilidade de darem origem a uma maioria religiosa xiita. O argumento hoje tem muita má fé, porque é um sucedâneo do argumento contra as eleições "patrocinadas pelo ocupante", e, levado aos seus limites, é hostil ao princípio democrático. No entanto, é semelhante ao que levou muitos países ocidentais, com relevo para a França, a aplaudirem o golpe argelino.

Continuo por isso a achar que "aprende-se mais sobre a democracia com Weber e Nietszche do que com Popper".

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© José Pacheco Pereira
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