ABRUPTO

2.11.04


O ABRUPTO FEITO PELOS SEUS LEITORES: QUANDO NÓS SOMOS OS OUTROS 3

"A propósito das entradas recentes "Quando nós somos os outros", é curioso observar como os discursos orientalistas se constituiram tantas vezes como uma espécie de galeria de espelhos, onde, munidos de toda a espécie de essencializações culturais, procuramos e encontramos imagens distorcidas de nós próprios e dos "outros". E os "outros", por seu turno, fazem o mesmo... O orientalista - e o ocidentalista - um eterno Narciso ? Ou estaremos antes perante um encontro de Narcisos? Discutível, sem dúvida, mas Ernest Fenollosa parece não ter tido grandes dúvidas quando, em 1892, escreveu os versos:


Let us forget like a chanted tune
Shadowy types of the dying races.
History nods to her ancient rune.
Ages lapse with their tidal traces,
Blend in the vision of future faces.

Fold like the wing of a new-born creature,
East and West in a Janus trance!
Tear off the mask of the twofold feature;
Kiss in the mirror with eyes askance,
Love, Narcissus, thine own sweet glance.



Ernest Fenollosa, East and West (Upper Saddle River, N.J.: Literature House, 1970)"

(Daniela Kato)

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© José Pacheco Pereira
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