ABRUPTO |
semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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17.11.04
ISAAK LEVITAN
Um dos efeitos catastróficos da Revolução Russa foi isolar a grande cultura russa do século XIX e do princípio do século XX das correntes artísticas da Europa e dos EUA. A pintura sofreu mais do que a literatura, com os pintores russos relegados para o esquecimento de museus estatais mal cuidados, em Moscovo e na província, sem edições de qualidade, e sem a possibilidade de os amadores de arte e outros artistas poderem ver o que estava em museus de tão difícil acesso como os da Arménia, ou do interior siberiano. Muitas colecções privadas foram nacionalizadas ou desmembradas com a fuga para o estrangeiro dos seus donos, ou a venda, em condições péssimas, dos seus bens. Isaak Levitan, nos seus parcos quarenta anos de vida (1860-1900), foi um extraordinário paisagista, interpretando a terra russa na sua vastidão como ninguém, pintando a noite como noite, algo muito difícil de fazer. Como muitos intelectuais russos do seu tempo preocupava-se com a democratização da arte e era um dos “itinerantes” (Peredvizhniky) cujas obras circulavam pelo interior da Rússia, para que um maior número de pessoas as pudessem ver. (url)
© José Pacheco Pereira
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