ABRUPTO

24.11.04


A ENTREVISTA - PLÁSTICO

Com o Primeiro-ministro tudo é plástico. Tudo pode ser ou não ser. Uma coisa corre mal, pode-se mudar, não há problema nenhum. Aconteceu assim e esperava-se que acontecesse assado. Não é muito importante. Fizemos isto. Já estava previsto que o fizéssemos. Tudo é desvalorizado, nada é cortado a direito. Amanhã torce-se a memória de hoje e não fica nada.

Num certo sentido é o que o primeiro-ministro deseja, que fique apenas a imagem, o som, um certo adormecimento colectivo. Um canto, monótono é certo, mas um canto.

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© José Pacheco Pereira
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