ABRUPTO

9.10.04


APRENDENDO COM VITORINO NEMÉSIO

“A mecânica clássica, teia de causa a efeito não ficou anulada pelo facto de se ter passado a trabalhar com frenesim na camara de Wilson, e logo na catapulta de grande feiticeiro que é o ciclotrão, acelerador de partículas desmandadas. Enquanto houver graves triviais para a queda (e é no meio desses que vivemos), a velha mecânica há-de valer. O que a crise da Física nos ensina é não só a relatividade restrita e a geral, mas a relatividade de tudo. O mundo da medida depende do observador que mede. Quem mede ou especta o ínfimo mete sem querer o metro e e luneta no ínfimo. O que parecia indivisível – que é o que quer dizer átomo – revela-se partido em poucos; cada pouco do pouco é outra soma de poucos. O contínuo aparente, de repente pontua-se. Mas o que seguia pontuado – o descontínuo – transforma-se em bichas de rabiar – e é toda a Mecânica Ondulatória com seus comprimentos e cristas, sua difracção e interferência.

Como manda o bom método, não extrapolemos da Física para a Filosofia: mas mantenhamos entre as duas maneiras de saber um discreto confronto simbolista.”


(Enviado por RM)

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© José Pacheco Pereira
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