ABRUPTO

27.9.04


EXPLIQUEM-ME

Como é que é possível haver muitas centenas de pessoas a assistir às corridas ilegais, em estradas que toda a gente sabe quais são, sem a polícia o impedir, prender os condutores, tirar-lhes a carta e os carros? Expliquem-me.

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"Em primeiro lugar quero manifestar alguma preplexidade pelo facto de ultimamente ter publicado alguns comentários dos seus leitores manifestamente superficiais e de baixa qualidade e que, pior, não resistem a simples leitura atenta, contrariamente ao rigor que nos habituou durante tanto tempo.
(...)
Mas vamos aos factos.
Em primeiro lugar o facto não é novo. O JPP deve lembrar-se de na nossa adolescencia já haver os Cooper S, Datsun 1600 SSS, BMW e quejandos, de abas abolachadas, jantes de aluminio de 12 polegadas, "bolantinhos de pau", "baquets" de competição para conduzir no banco de trás, aillerons que não faziam nada, etc que tanto faziam as delicias dos meninos da linha, da Foz ou de Almada para competir até á Costa da Caparica. Na altura não se chamava "tunning" mas era e servia para o mesmo.
Em segundo lugar não é verdade que estes meninos andem sempre no mesmo sítio. Variam, exactamente para fintar a policia. No caso vertente o sitio é conhecido mas é uma estrada particular (o que quer que isto queira dizer) o que obviamente não serve de desculpa.
A policia não tem meios, nem materiais nem humanos, para vigiar todos este sitios ao mesmo tempo (nenhuma policia tem).
Tomemos por exemplo a ponte Vasco da Gama que é um dos lugares preferidos. Normalmente os meninos reunem-se nas imediações (lugar e hora sempre diferentes e combinados por telemovel), arranjam previamente a corrida e dirigem-se para a partida de forma ordeira. Até aí nada a dizer e muito menos a fazer. Chegados ao lugar da partida esta é dada rapidamente e os 16 quilometros da ponte são precorridos em cerca de 4 minutos (a 250 km/hora). Quando o alerta é dado já estão muito para lá de Alcochete.
Acrescente-se ainda que à minima desconfiança de uma espera, mandam um "batedor" para ver se o caminho está livre.
Quer isto dizer que só por sorte a policia os agarra em flagrante, sendo que, neste caso, a única alternativa é uma preseguição em via pública com os riscos inerentes.
(...)
Parece-me isso sim que estas situações constituem aquilo a que Martim Amis qualifica, quer termos dos factos quer em termos das palavras que usamos para os descrever, de "obscenização do quotidiano".
E a propósito que tal falarmos um pouco dos "tunnings" encapotados dos próprios constructores de automoveis, que à revelia das legislações da esmagadora maioria dos países (limites de velocidade) anunciam carros cada vez mais potentes e velozes? Aqui já não é preciso "tunning". Qualquer Mercedes, BMW, AUDI etc vem de fábrica com as caracteristicas necessárias. Legalmente."


(Fernando Frazão)

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"Tirarem-lhes a carta? O autor do acidente deste fim de semana, que vitimou n pessoas, não tinha carta!!! Como se lhe pode tirar uma coisa que ele não tem?"

(Rui Aguiar)

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"Por onde tem andado, com quem tem falado?
Porque só com ordem explicita, senão têm medo! A saber:
a) de levarem pancada;
b)encontrarem um "grande" das F.A.;
c)provocarem um acidente ou terem de agir com firmeza contra um desordeiro, e então, é o berreiro de jonalistas, defensores do D.H.,etc;
d) baterem com o carro da policia e têm de pagar o arranjo;
e) se prendem alguém têm de ir atribunal e não ganham o dia....?
f)etc,etc,...........
"

(C. Indico)

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"Acho que a razão é a mesma de haver tanta droga a circular tão livremente nas prisões. Passou a ser considerado normal e inevitável.
Entrou na rotina: as pessoas amolecem e resignam-se em vez de resolverem o problema."


(Tiago Azevedo Fernandes)

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"Eu explico: Nalguns casos, eles são polícias.
Noutros, também gostava de saber a razão de tamanha impunidade."


(JCB)

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