ABRUPTO

13.8.04


OBRIGADINHA

Correio da Manhã – Posso escrever isto? Fonte do MP? Correcto?
Sara Pina – Pode o quê?
CM – Fonte do MP, soube o “Correio da Manhã”.
SP – Não pode pôr fonte nenhuma.
CM – Fonte próxima do processo e está a andar.
SP – Não pode.
CM – Fonte próxima do processo e…
SP – Não pode. Isso muito menos.
CM – Então, pronto, soube o “Correio da Manhã”, o “Correio da Manhã” apurou junto de qualquer coisa (…)
SP – Isso pode pôr.
CM – Tanto que, ao contrário de…
SP – Ponha assim, o “Correio da Manhã” apurou que é mais do que uma criança, pronto, mas não põe fonte nenhuma, nem judicial, nem do MP e muito menos fonte do processo, senão sou morta na segunda-feira.
CM – Tá bem, não morre nada.
SP – O “Correio da Manhã” apurou.
CM – O “Correio da Manhã” apurou que (…)
SP – Não ponha fonte nenhuma senão nunca mais lhe dou uma informação.
CM – Tá bem Sara, obrigadinha.


(Uso a transcrição do Barnabé)

Esta mulher já está na rua das suas funções ou não? O PGR sabia ou não que a sua porta-voz (a que transporta a voz) falava assim com um jornalista ou não? Porque se sabia, a porta é a mesma. E rápido.

*

"O grande problema que envolve o assunto em questão prende-se com a impossibilidade real e factual de se poder controlar e fiscalizar o segredo de justiça.
Que tipo de instrumentos é que podem evitar que alguém com conhecimento de um determinado processo judicial passe informação para o exterior? Muitas vezes, as leis no papel são bonitas, mas nada eficazes. A do segredo de justiça é uma delas...
Só quando uma dessas situações ilícitas for exemplarmente julgada é que o medo se poderá instalar nas mentes daqueles que com acesso a processos judiciais facilmente vendem informação aos jornalistas. Aí sim, pensarão duas vezes antes de violarem o segredo de justiça..."


(Pedro Peixoto)

*

"Neste país raramente alguém é posto porta fora. Sabe isso. Todos sabemos.
Raramente alguém é demitido. Outra coisa, sim, e bem mais agradável até em termos curriculares, é ser aceite o pedido de demissão. Em Portugal quem faz asneira em cargos de responsabilidade, principalmente asneira grosseira, por regra, apresenta a sua demissão, não tem de sofrer o vexame de ser demitido.
O trabalhador, na privada ou na função pública, esse sim, é despedido por base numa justa causa legalmente estabelecida. Agora os altos responsáveis não estão sujeitos a esse tipo de coisas. Seria um vexame. É assim há muito tempo e o caso de Adelino Salvado mostra que assim continuará. Os processos de branqueamento seguem-se logo após os escândalos. Assim ditam as nossas boas regras.
"

(Carlos Bote)

*

"Porque é que nesta transcrição do Barnabé está o Correio da Manhã e não o Octavio Lopes?... Aliás, no Barnabé está um subtítulo assim: "Conversa entre Sara Pinto, Porta-Voz do Procurador-Geral da República, Souto Moura, e um jornalista do "Correio da Manhã", publicada no "Independente". Todos têm nome menos o jornalista do Correio da Manhã?... Ora em "O Independente" não está um "jornalista do Correio da Manhã", está Octavio Lopes. Ele já está a perder o nome?... Está a desaparecer enquanto pessoa que fez as gravações?

(...) estou a manifestar uma enorme desconfiança quanto ao conteúdo muito selectivo de O Independente de hoje, e a tentar entender os meandros do mais absurdo proteccionismo corporativo que está a ser dado a Octavio Lopes."

(Henrique Jorge)

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