ABRUPTO

12.8.04


O ABRUPTO FEITO PELOS SEUS LEITORES; ELOGIO DO VERDE TINTO

"Mas nada está perdido: a pequena caneca de barro branca com riscas azuis tem sido a minha principal cúmplice. Nela está o verde tinto que só aqui tem a particularidade de fazer milagres. Sabe-me fresca e divinamente e encerra em si o mistério da “pertença”. A toalha de papel fica suja e de um roxo quase negro das pingas que escorrem da imperfeição do bico da caneca - são sempre muito estreitos. Os copos ficam maravilhosos com aquele vermelho espesso que só o verde tinto nos sabe dar, e os nossos cantos dos lábios? Aqui não saberia beber outra coisa. Regresso a casa “slightly dizzy” do exercício do meu pequeno prazer privado que nem o Homem Aranha nem a Britney Spears chamuscam."

(J.)

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© José Pacheco Pereira
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