ABRUPTO

1.8.04


O ABRUPTO FEITO PELOS SEUS LEITORES: UMA PORTUENSE NO EXÍLIO REGRESSA A CASA

"1 - Vou comprar o jornal e o rapaz, corpulento mas ainda adolescente lança-me um “Bom-dia menina!”. No supermercado para pagar pedem-me “na outra caixa, menina”, nas lojas perguntam-me “a menina já está atendida?”.

Fico surpreendida, não me lembrava que fosse assim, ou porque não o era de facto, ou era de facto, mas porque também eu era “menina” tudo era e soava natural. Mas feitas as contas o “menina” é bem mais afável e simpático do que o indiferente e deseducado “você” com que me brindam habitualmente noutros locais nos dias de hoje.

2 – “Como se chama o teu irmão?”. Responde-me a criança prontamente: “Dabide!” com “b” e “d” bem soprados. (It feels like home!)

3 – Certa manhã acordei com um som da minha infância: a ronca dos nevoeiros de verão! (It’s home!) E eu a pensar que tal já não existia; pelos vistos enquanto houver nevoeiros no verão…

4 – Os “croissants” que como para tirar a barriga de misérias, não são afrancesados e folhados, mas sim fofos e cheios.
"

(JPC)

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© José Pacheco Pereira
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