ABRUPTO

1.8.04


O ABRUPTO FEITO PELOS SEUS LEITORES: O ESTADO DAS COISAS

"Penso que foi o mesmo Carlyle que teria dito haver três tempos em política (cito de memória): "o tempo da ideologia, o tempo do pragmatismo e o tempo do oportunismo". Estaremos de acordo que atingimos o terceiro stadium..."

(Rui Mota)

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"(...) a ler o excelente artigo de Desidério Murcho em sobre a qualidade do ensino da filosofia em Portugal (já agora, permita-me que lhe sugira uma visita ao site dirigido por Desidério Murcho sobre filosofia e que é, em minha opinião, um dos melhores que se podem encontrar em toda a net).

É comum atribuir-se o atraso português aos nossos baixos níveis de instrução (não falo só do atraso cultural: dado o nosso país não ter os artistas, os cientistas, as orquestras, etc. que seria de esperar de um país europeu com mais de 800 anos de história). E os media dão frequentemente como exemplo os números de licenciados e doutorados, comparando esses números com os de outros países europeus. Considero que o diagnóstico está correcto, mas a simples comparação acerca dos números de licenciados e de doutorados esconde um problema muito mais grave: com o tipo de ensino superior que temos em Portugal, nem que tivéssemos o dobro de licenciados de outros países europeus nos conseguiríamos aproximar deles. O problema não está no número, mas na qualidade do ensino superior. A indigência do nosso ensino superior é um dos maiores cancros do país e quase ninguém fala disso. Talvez porque quem tem voz pública faça quase sempre parte da pseudo-comunidade científica nacional e contribua activamente para o triste panorama que refiro. Só agora, quando alguns dos nossos concidadãos doutorados noutros países começam a leccionar nas nossas faculdades (sobretudo nos departamentos de ciências) é que se começam a ver alguns sinais de esperança. Mas nos departamentos das chamadas «ciências humanas», literaturas e filosofia, o panorama é simplesmente medonho. Para quê ter cursos superiores tirados nestas universidades? Eu licenciei-me em filosofia na FLUL e de filosofia nada aprendi. Acho quase miraculoso como não me conseguiram aniquilar o interesse pela filosofia, como sucedeu a muitos dos mais inteligentes colegas que tive. Em Portugal não há verdadeiro ensino de filosofia (e de muitas outras coisas) porque simplesmente não há verdadeira comunidade filosófica; o que abunda são umas eminências pardas, provincianas, desinformadas, improdutivas e mesquinhas que tentam passar por grandes pensadores e odeiam a ciência, o rigor os argumentos e as ideias.

O ensino superior em Portugal é um verdadeiro tabu nacional. Não lhe parece que isto merece ser discutido?"


(Aires Almeida)

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"Li os seus escritos sobre o casal da margem sul.São 3.30 da madrugada de um sábado e tomo a liberdade de lhe dar a minha situação pessoal que, quanto a mim, reflecte e de que maneira alguns dos piores aspectos caracterizadores do pobre país que temos.
Não se consegue dormir no bairro onde habito, no Montijo, porque duas discotecas fazem um barulho infernal.

Já contactámos com a Câmara Municipal, de forma oficial, através de correio devidamente registado. Já fizemos inúmeras queixas à Polícia.
Nada acontece. E porquê?
Quanto a mim porque:

1.Na ânsia de satisfazer as clientelas autárquicas, se foi criando um monstro, entregando-lhe poderes excessivos que fazem que a própria polícia não actue com receio de represálias, uma vez que as licemças de funcionamento destes estabelecimentos, passaram, creio que durante um dos governos Guterres, a depender exclusivamente das Câmaras municipais.

2. Neste país de leis para tudo, falta "só" fazê-las cumprir e respeitar.Este é um dos cancros da nossa sociedade.

Ah, é verdade, não chamámos ainda as televisões. talvez seja por isso que o problema não foi resolvido...
"

(M. Barrona)

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"Quando é que alguém critica a incompetência dos bombeiros. Incompetência pura! apesar da coragem que ninguém lhes retira, a maior parte não tem formação adequada, friso, adequada!

Isto para não falar da incompetência das chefias. Com o nível de literacia deste país dá vontade de pensar quantos bombeiros sabem ler um mapa militar? Quantos sabem orientar-se? qtos sabem servir-se de uma simples bússola? Se pensarmos que a maioria dos portugueses não percebe as instruções de uma máquina de lavar a roupa....

Pode escrever ou dizer publicamente alguma coisa sobre isto? É que sinceramente estou farto da desculpa do "maluco da aldeia" que gosta de ouvir as sirenes..."


(João Duarte)

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