ABRUPTO

7.8.04


ESTADO DO III VOLUME DA BIOGRAFIA DE ÁLVARO CUNHAL

São-me pedidas informações sobre o “estado” do III volume da biografia política de Cunhal, sobre a qual tenho trabalhado nos últimos anos. Aqui segue uma lista provisória dos títulos dos capítulos, que pode dar uma ideia do conteúdo final do volume. Os capítulos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 11, e 15 estão praticamente encerrados. Os outros estão em fases distintas de acabamento e os capítulos 13 e 14 bastante atrasados.

ÁLVARO CUNHAL – O PRESO (1949-1960)

(todos os títulos são também provisórios)

1 – O choque: da prisão ao julgamento

2 - Os anos mais duros (1949-52): os expulsos, os “traidores” e os mortos

3 – O PCP sozinho

4 - Cunhal na Penitenciária: “a estrela de seis pontas”

5 - Estratégias contra a solidão: ler , escrever e desenhar

6.- A purga dos intelectuais

7 - A continuação das purgas

8 - Fogaça e Cunhal à distância

9 - Cunhal em Peniche (1956-60)

10 - O PCP à luz de Krutchov e o combate ao “sectarismo”

11 - V Congresso (1957)

12.- A emergência da questão colonial

13 - O “furacão” Delgado

14 - Depois de Delgado

15. - A fuga de Peniche


Como aconteceu já com os outros volumes, cada período cronológico da biografia tem problemas próprios. No caso destes anos existem dois tipos de problemas: um diz respeito ao processo narrativo e pode ser resumido nesta questão – como é que se escreve um texto sobre um homem que está preso e tem os seus gestos rigidamente controlados e repetitivos? Trinta páginas chegam para descrever o quotidiano de um preso e há que encontrar mecanismos para ligar essa aparente (e real) monotonia de gestos com o fio de uma “vida”. O segundo problema é que estes anos 1949 – 1960 são “malditos” na história oficial do PCP por várias razões contraditórias – o “sectarismo”, primeiro, e depois o que veio a ser conhecido como o “desvio anarco-liberal” e por isso são muito pouco conhecidos e estudados. Mais importante: a memorialistica em que o PCP é fértil, ilude quase completamente a política neste período, concentrando-se nas “lutas” e na repressão, o que dificulta muito saber-se o que realmente se passou. Acresce que, enquanto nos anos trinta, havia uma direcção relativamente concentrada e com uma cadeia de comando facilmente definida, os anos cinquenta são os mais confusos, entre as purgas, expulsões e decisões contraditórias.

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© José Pacheco Pereira
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