ABRUPTO

28.6.04


O ABRUPTO FEITO PELOS SEUS LEITORES

"Que raio de Europa é esta que privilegia as pessoas aos estados membros? Que convida pessoas independentemente das suas funções, independentemente de colocar as situações internas dos estados membros em "crise"? Que não tem (aparentemente) qualquer percepção do clima e da vida interna dos seus estados membros?"

"O silêncio, conveniente ou intimidatório é o apanágio de Portugal. Temos a “qualidade” de só procurar confronto quando nos enquadramos na linguagem final do interlocutor. Ou seja, nunca é desafiada a linguagem final, nunca são postos em causa os limites ou os estratagemas da linguagem ou do discurso. Tudo se passa dentro de uma esfera em que seja permitida, em última instância, a conciliação. Só assim nos sentimos bem. Só assim nos sentimos “dentro”. Provocar... sim. Confrontar... dentro dos limites. Mas, na realidade, tudo se destina a obter protagonismo. Não se trata nunca de confronto "sentido". De desafio de linguagem ou conceito. De defesa ou ataque de ideias convictas. CONVICTAS! São coisas, a vida portuguesa é apenas um perpétuo fait divers. Será que isto acarreta alguma qualidade? Talvez..., aquela que releva da aprendizagem que faço do meu gato quando me demonstra, todos os dias, que o tempo não existe. Lembro sempre nestas alturas o meu querido amigo Agostinho da Silva quando me dizia que o povo português se situa numa encruzilhada: “povo de ateus, de moral católica. Povo que esqueceu Cristo e nunca conheceu Maomé”
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(Paiva Raposo)

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Alexandre Monteiro no seu blogue.


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"A "blogosfera" já existia mesmo antes de haver blogs com esse nome.
Nesses tempos pré-históricos (já nem me lembro dos anos) também a Internet foi o veículo de reflexão, debate e acção. Houve certamente vários casos. Lembro-me pelo menos de dois onde estive directamente envolvido, embora na altura a difusão da Internet não atingisse a dimensão de agora.

O primeiro foi um debate sobre o Aborto na altura do referendo. Eu era o director de Informática da Católica do Porto e resolvi tentar um fórum de debate realmente sério, uma vez que as campanhas de ambos os lados pareciam usar todos os argumentos errados e intelectualmente desonestos... Apesar de algum receio inicial meu por estar numa instituição que à partida tinha uma posição definida, consegui que houvesse participações de todas as tendências (incluindo responsáveis do Sim pela Tolerância e do lado do Não que já não me lembro como se chamava), tendo-se tornado o fórum online mais bem sucedido a nível
nacional. :-) (Modéstia à parte...)

Um dia destes vou voltar a colocar online o arquivo que guardei. O fórum era moderado (havia moderadores quase 24 horas por dia, coordenados por mim) e, entre outras medidas para o tornar transparente, tinha um espaço de acesso público onde foram colocados _todos_ os comentários que chegaram, mesmo os recusados na zona principal.

O segundo caso foi na altura do desaparecimento da XFM, em que o site que eu geria com o meu irmão mais novo se tornou o centro das tentativas frustradas de recuperação da rádio.

Isto já parece há séculos... Mas mesmo nessa era a Internet já proporcionava resultados visíveis."


“Sozinho? Não faz mais do que a sua obrigação ;-)


(Tiago Azevedo Fernandes)

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"Parece-me que o JPP (…), sente-se traído com algo, julgo que se sente traído por Durão Barroso e que o resto vem por acréscimo, mas, acima de tudo, julgo que se sente traído pelo PM."

(Luís Miguel Rocha)

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"Rapidamente, alguém deve vir explicar ao cidadão comum o que é que se está a passar. As pessoas começam a desconfiar e a sentirem-se desrespeitadas. Eu ando na rua todos os dias e sei o que é que preocupa as pessoas, E nem todos andam embriagados com a bola do Euro. Há gente preocupada e que não tem meios para perceber o que é que se está a passar. O povo tem casa para pagar, os filhos para criar, vê o emprego a fugir. Por favor! Alguém nos oiça e nos explique o que se passa com o nosso governo e os nossos governantes."

(André Ferreira)

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"Mesmo assim, confesso que ao ler o Abrupto ainda não percebi contra exactamente o quê que JPP se está a manifestar: Se contra Santana Lopes por achar, comos achamos muitos de nós, que é uma figura que tem um perfil populista e demasiado irresponsável para ser primeiro-ministro, ou contra a legitimidade, ( já que, ao que parece a legalidade, não se põe em causa ), de quem quer seja de assumir o cargo, não tendo sido o líder que foi, ainda que indirectamente, a votos.

Na minha opinião, mesmo Manuela Ferreira Leite, Marques Mendes ou outro qualquer não tem legitimidade para governar se não for a votos como líder partidário. Sobretudo tendo em conta o clima de contestação social que se vive, a derrota nas eleições europeias, que não foi, obviamente, uma derrota de Deus Pinheiro e sim da coligação governativa, e atrevo-me a dizer, depois do padrão ético que se estabeleceu com a demissão de António
Guterres."


(S. Joffre Gouveia)

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"O que mais me arrepia nesta história (ou estória?) é a inquietante sensação de que muita gente ficará a pensar que não vale a pena termos a maçada de ir votar nas eleições. António Guterres foi-se embora porque teve um resultado desfavorável numas eleições, Durão Barroso vai-se embora porque, dizem, é importante para a Europa (????) e para Portugal (????) a sua ida para a Presidência da Comissão Europeia. Então para quê ir votar? Para que, a meio do mandato e inopinadamente, aquele que elegemos se ponha a andar por conveniências impossíveis de explicar e entender? Realmente talvez seja melhor nas próximas eleições irmos para a praia do que arriscarmo-nos a ver o nosso voto desprezado e adulterado."

(Dionísio Leitão)

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No suprises

A heart that´s full up up like a land fill.
A job that slowly kills you. Bruises that won´t heal.

You look so tired and happy.
Bring down the government, they don´t, they don´t speak for us.

I´ll take a quiet life, a handshake, some carbon monoxide.
No alarms and no suprises,
No alarms and no surprises.
Silent,
silent.

This is my final fit, my final bellyache with no alarms and no surprises.
Such a pretty house, such a pretty garden.

No alarms and no surprises.


Thom York – Radiohead (enviado por Paulo Raimundo)

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"Peço-lhe apenas que não ridicularize este exacerbado apoio do nosso povo à selecção de futebol, bem sei que talvez pareça exagerado, no entanto, não me parece que seja sinónimo de ignorância, insensatez e/ou falta de interesse pelos verdadeiros desígnios nacionais. Penso que nunca como hoje o povo português teve um sentido crítico tão apurado e conhecedor. Há apenas que admitir que o euro 2004 e a nossa selecção são um bom “balão de oxigénio” para a nossa sociedade e até para o nosso Governo, queira este aproveitar a aglutinação de optimismo e de moral."

(Rui Alvim Pinheiro)

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"O problema, o malfadado nó cego, é que o golo, o resultado, o grito do jogador que vence, tem impacto imediato. Não é a prazo. Existe, pode-se ver e constatar sem o auxilio de estatísticas. A retoma está aí? É possível. Mas viu-a? Acotovelou-a ao balcão durante o rito do café? Pois é, o ingrato lusitano urra desmamado pelo golo do seu ídolo, extensão concisa do seu clube de bola (esse sim o partido que importa à maioria dos nacionais), apenas e só por ser o gesto que de si depende. Senão, veja um pai desempregado. O ministro e o comentador prometem-lhe tempos risonhos. Está aí a viragem, falta pouco. Por sua vez, os da tal oposição, que não, que ainda não é desta, que eles é que sabem, que um dia, que quando forem eles... E o coitado, sem fonte de rendimento, sem as notas no bolso, sem a vontade e com a vergonha de confessar ao filho que até talvez tenha passado honrosamente o ano lectivo e merece a tal bola para chutar nas férias, sente na explosão da bola dentro da baliza o bálsamo que o resto da vida teima em recusar. Porque o problema, o verdadeiro problema é que o comum dos portugueses vive no dia a dia. E nesse palmilhanço rotineiro há que sentir a satisfação mínima e o doping que impele a manhã seguinte."

(José Barata)


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"Para ter orgulho no nosso país é necessário ter ídolos, mas onde eles estão?!! Já não os há como houve outrora.Os ídolos, noutros tempos , eram valorizados e compreendidos pelas suas qualidades,pelo seu carisma, pelo valor, pela honestidade, não pela imagem, não pelo protagonismo, não por nada. Agora, para ser ídolo basta ser famoso , ou seja,ser pela imagem que transmite e nada mais,porque não é preciso!!

Sem ídolos, não há referências,não há rumo, não há sacríficios....
Nos últimos anos, só o futebol nos tem dado ídolos....

No entanto, os ídolos do futebol transmitem valores como disciplina, concentração,respeito, (o árbitro tem mais poder num campo de futebol do que um juíz tem num julgamento), organização.Defendem o nome de Portugal no mundo.Canta-se o hino nacional onde não se canta em mais lado nenhum.
"

(Gonçalo Pacheco Pereira)

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