ABRUPTO

23.5.04


TUDO É RELATIVO – NOTAS RUSSAS 3

O destino dos “museus da revolução” depois do fim das ditas é particularmente inglório. Conheci vários, na RDA, na Albânia, na Rússia. O da Rússia era naturalmente o mais ambicioso, embora o da RDA fosse um bom exemplo da “cientificidade”alemã. A sala sobre o Muro era magnífica de humor negro, com o Muro visto do lado dos seus construtores. Uma barreira contra os espiões, a pornografia, o crime e … as salsichas do fetichismo do consumo. O museu albanês tinha tantas salas para Enver Hodja que, expurgado delas, parecia uma arrecadação vazia.

O russo chama-se hoje Museu de História Contemporânea da Rússia mas, lá no fundo, mudou pouco na sua ortodoxia expositiva. Tem muita “revolução” do antigamente, bastante Staline, acrescentado recentemente, e que, pelos visto, é popular com os turistas, uma sala apressada com Krutchov e depois … Putin na sua glória de homem de estado. Não se vê o longo Brejnev, nem os breves Andropov e Tchernenko, censurados. Gorbachov, idem.

(Continua)

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© José Pacheco Pereira
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