ABRUPTO

22.5.04


O ABRUPTO FEITO PELOS SEUS LEITORES

Hoje a "nossa" RTP concedeu-nos mais um belo exemplo de "má fé". No espaço noticiário das 20h, o jornalista José Alberto Carvalho fala da Feira do Livro. Para dar um exemplo da imensa variedade das obras disponíveis nas bancas, escolhe uma. Um livro sobre a "guerra", de alguém ligado ao Le Monde Diplomatique. Do prefácio, o jornalista selecciona uma passagem que partilha connosco. Não a memorizei, mas criticava a (excessiva, subentendia-se) supremacia dos EUA a todos os níveis. E, "a propósito", eis que se passa para a notícia seguinte, directamente da feira do livro para as torturas no Iraque...

(Paulo Agostinho)


"da má fé de que fala Fernando Gil nos Impasses. Num artigo editorial, do Público de hoje, escreve Amílcar Correia sob o título “horror infinito” (não sei como é que se há-de chamar ao holocausto, ou ao Gulag, ou aos extermínios de Pol Pot ou do Ruanda; talvez “horror ainda mais infinito”…)" (Abrupto)

Proponho "horror transfinito", usando o termo que Cantor usou para designar os conjuntos cujo cardinal é maior que o cardinal dos conjuntos infinitos."

(António Cardoso da Conceição)


Cachecóis e bandeiras do FCP rivalizam nas varandas da Ribeira, Miragaia e Massarelos por um lugar ao sol entre lençóis, pijamas, camisas de noite, cuecas e gangas.

Sempre achei fascinante este “de dentro” por fora! Talvez sirva para, a todo o momento, nos lembrar a nossa humanidade, no que ela tem de mais pragmático e prosaico. O excesso de urbanidade e dependência das máquinas, nomeadamente da de lavar e secar roupa, permitem esconder, ocultar e sobretudo esquecer estes ciclos e rotinas (sujar, lavar, secar, passar, arrumar, usar, sujar…) em que assentam o nosso confortável e higiénico quotidiano.

Nada como um passeio por essas zonas do Porto, para estabelecer as devidas proporções, de tal modo é visível o grito “aqui vive-se”! E os muitos turistas não parecem incomodados.”

PS. Divirto-me com os correctores ortográficos e sintácticos do “Word”. Este último, comigo, está sempre a “apitar” e o primeiro hoje diz-me que Massarelos é um erro ortográfico! "


(Joana)


Vai amanhã (dia 19) a leilão, na Christie’s de Amsterdão, parte da carga de um navio português do século XVI naufragado na Ilha de Moçambique. A carga que agora se vai dispersar foi salva pela empresa de caça aos tesouros Arqueonautas SA.

Em todo o mundo se aperta o cerco contra a actividade das empresas de caça ao tesouro. A aprovação de uma convenção da UNESCO para a proteção do património cultural subaquático da Humanidade é um bom exemplo desta tendência.

Por outro lado, cada vez mais governos de países com um passado ligado a expansão marítima europeia reclamam direitos sobre os restos dos seus navios, perdidos nos quatro cantos do mundo. Assim, o governo espanhol ganhou recentemente um processo em tribunal, contra uma empresa de caça aos tesouros e o Estado da Virgínia, nos EUA, que havia atribuído a concessão de salvados. Acho que temos o direito de saber porque é que o estado português não faz nada para proteger os restos arqueológicos dos nossos navios, à semelhança dos outros países do mundo
.”

(Filipe Castro, Ph.D. Assistant Professor Nautical Archaeology Program
Texas A&M University - College Station, Texas, USA)

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© José Pacheco Pereira
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