ABRUPTO |
semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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24.5.04
BIBLIOFILIA
Pedro Homem de Mello, Poesias Escolhidas, Porto, Asa, 2004 Uma excelente antologia de Vasco Graça Moura do meu familiar Pedro Homem de Mello. Recordo-o a chamar-me “meu primo” e eu, imbecil, a fazer de conta que não percebia a amabilidade. Era o homem do folclore da televisão da ditadura, dos sargaceiros da Apúlia, dos ranchos e eu detestava esse mundo. Era também um grande poeta, daqueles que brilham numa antologia, escolhidos a dedo, com dedos que descobrem muitos poemas magníficos. Fica este para amostra, mas há muitos mais: SOLIDÃO O solidão! A noite, quando, estranho, vagueio sem destino, pelas ruas, o mar todo é de pedra... E continuas. Todo o vento é poeira... E continuas. A Lua, fria, pesa... E continuas. Uma hora passa e outra... E continuas. Nas minhas mãos vazias continuas, No meu sexo indomável continuas, Na minha branca insónia continuas, Paro como quem foge. E continuas. Chamo por toda a gente. E continuas. Ninguém me ouve. Ninguém! E continuas. Invento um verso... E rasgo-o. E continuas. Eterna, continuas... Mas sei por fim que sou do teu tamanho! Nancy Mitford, Noblesse Oblige, Oxford University Press, 2002 Finalmente vou ler o famoso debate entre os “U” e os “non-U”, que conhecia das referências da irmã comunista. George Steiner, Lessons of the Masters, Harvard University Press, 2003 Por razões mais que obvias. Mohammad-Ali Amir.Moezzi / Christian Jambet, Qu’est-ce que le Shî’isme? , Paris, Fayrad, 2004 Por razões óbvias, para ver se estudo alguma coisa da matéria para além das histórias de Ali e Hussein. (url)
© José Pacheco Pereira
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