ABRUPTO |
semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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5.4.04
POEIRA DE 5 DE ABRIL
Hoje, há quatro mil e duzentos e cinquenta e dois anos, um barco de madeira encalhou no cimo de um monte. O seu piloto tinha então seiscentos e um anos e acabara de salvar o mundo, como nós o conhecemos. Do barco saíram duas abelhas, e dois pássaros. Birds and bees. Saíram um elefante e uma elefanta, um sardão e uma sardanisca, um ornitorrinco e uma ornitorrinca, uma amiba, uma multidão de pequenas e grandes coisas a dois e umas a um. Os que estavam agora a sair eram os que tinham aceite o convite do homem, os que o recusaram tinham desaparecido da face da terra. Há momentos. O homem que se chamava Noé, demorara cento e vinte anos a fazer aquele barco. Chovera quarenta dias, cento e cinquenta ficara a terra inundada. Depois Deus chamou um vento forte para secar a terra. Demorou também mais de um mês para secar. Noé então enviou um corvo e uma pomba como batedores do estado do mundo. A pomba regressou com um ramo de oliveira. Noé percebeu que era tempo de recomeçar. “Crescei e multiplicai-vos”. O mundo estava puro outra vez. Não ia durar muito assim. (Agradeçamos ao bispo James Usser ter feito estes Annals of the World , para nosso sustento cronológico.) (url)
© José Pacheco Pereira
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