ABRUPTO

2.4.04


POEIRA DE 2 DE ABRIL

Hoje, há cinquenta e sete anos, Simone de Beauvoir atravessa o sul dos EUA num autocarro expresso. Partiu às nove da manhã para chegar a Jacksonville, às duas da madrugada. Sentou-se na cadeira, reclinou-se, verificou que havia uma pequena lâmpada para ler à noite. Vendiam-se Coca Colas e sandes no interior do autocarro. Mais confortável do que os autocarros em França.

Tudo bem, menos a terra que atravessava – o Sul racista , a terra da “grande tragédia” que a perseguia como uma obsessão. Os brancos ressentidos pela beleza dos negros. Os brancos que ali perdiam toda a “gentileza americana”.

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© José Pacheco Pereira
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