ABRUPTO |
semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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30.4.04
MEMÓRIA ELÁSTICA
Foi interessante o Barnabé lembrar-se de tudo e mais alguma coisa – e algumas memórias do 25 de Abril serão referidas pelo seu mérito e informação nos Estudos sobre o Comunismo – e esquecer-se do passado colectivo das organizações que lhe são próximas, em particular o Bloco de Esquerda. Há muita gente que se incomoda com o seu passado, o que não é o meu caso, como se sabe. Também me irrita a mim essa falta de memória selectiva. O Barnabé, por causa disso, atacou Durão Barroso, que não é o melhor exemplo dessa amnésia. Mas, e as organizações que também se esquecem do seu passado? Onde é que há qualquer memória colectiva do que foram e porque é que mudaram? Ou não mudaram? Por exemplo, quando é que a UDP deixou de ser maoísta? Sabem? E quando é que deixou de ser marxista-leninista, com aquele “partido comunista” a controlar a “frente”? Quando é que o PSR deixou de ser trotsquista, ou, como eles diziam, “marxista-revolucionário”? Deixou? É curioso que sabemos mais da genealogia das mudanças dos ex-comunistas, que se juntaram ao BE, do que sabemos dos seus esquerdistas. O que é que Fazenda ou Louçã disseram em 1975, 1976, 1980, 1990, de que não se lembram hoje? Onde está a reflexão que certamente fizeram? Ou tiveram sempre razão? Ou apenas “evoluíram” como o 25 de Abril? (url)
© José Pacheco Pereira
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