ABRUPTO

22.4.04


DE REPENTE

e quase em silêncio, muda quase tudo. Isto será votado hoje por uma maioria PSD-PP-PS, no âmbito de uma revisão constitucional que abre o caminho à Constituição europeia.

• Os tratados da União Europeia e as normas das suas instituições são aplicáveis na ordem interna portuguesa.
• Portugal pode exercer "em comum, em cooperação ou pelas instituições da União, os poderes necessários à construção e aprofundamento da União Europeia".


Verdadeira votação de “sistema”, de establishment. O PSD e o PS evitam fazer barulho, do PP nem um sussurro. Como se não fosse importante.

Agora é ainda mais vital a luta pelo referendo, logo que haja o texto definitivo da Constituição, com os arranjos finais dos governos no Conselho. Se houver coragem de levar o texto da Constituição a todos os votos possíveis, referendos, parlamentos, etc., na maioria dos países europeus – e deste ponto de vista a decisão de Blair é muito positiva - a UE ganha um acrescento de legitimidade democrática, de que bem precisa há muito tempo. Mas duvido que o texto, de génese duvidosa numa Convenção que se arrogou poderes que não tinha, e fruto de todas as ambiguidades da Europa de hoje, passe esse escrutínio.


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© José Pacheco Pereira
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