ABRUPTO |
semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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30.4.04
AQUI TÃO PERTO
há uma geografia do medo. Em Portugal ninguém liga. Só quando há mortos passa um pequeno sobressalto. Mas os mortos são só a parte de cima do iceberg, a maioria do gelo está debaixo de água. Ninguém liga. Preferem-se causas exóticas, politicamente mais aceitáveis, ideologicamente correctas, multiculturais, altermundialistas. O que a ETA conseguiu só se consegue entender completamente lá. Quando as conversas sobre política se transformam num sussurro incomodado, quando num restaurante ou num bar passa perto outra pessoa. Quando, por todo o lado, aparece uma história de violência ou coragem. “Sabe, foi aqui, vinha a entrar e dois etarras metralharam-no. Levou vinte e oito tiros e sobreviveu.” (à porta do Diário de Navarra) “Tinha estado a ver as fotografias do casamento dele. Depois mataram-no”. (No parlamento regional.) “É preciso ser valente para ser alcaide em X. É uma mulher valente.” (Em X.) (url)
© José Pacheco Pereira
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