ABRUPTO |
semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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12.3.04
EARLY MORNING BLOGS 158
Aqui vai, cortesia de Rita Maltez, um fragmento do “Caderno de Caligraphia. Pertencente á menina Margarida Victória q. lhe oferece o victorino nemésio”, ao "rasgar da Bela Aurora" : “Tal o vigia de alba Soprando o corno medievo Avisa a malmaridada De regresso à decepção, Entretendo a insónia, escrevo O poema que lhe devo Plo que os seus olhos me dão. É alta a Torre sem sono Na Cidade poluída, E eu penso que sou o dono Dos passos da escada aluída. Ah! Quantos terão tocado Nela, na cítara, aqui, Ao rasgar da Bela Aurora, Como eu, sequiosos de ti? Mas, de repente reparo Na escada inteira, ___ e ao dativo, A “ti” pergunto quem és, Varrendo-te co a lanterna Da cabeça até aos pés: Mulher? a Torre? O pronome De alguém na morte? Ou sou eu O pálido cavaleiro Que arranca longe, de lá De onde ninguém tem notícia, E sobe à Torre Onde morre A dona, e a carícia De pai é essa a que faz? Mas não. Tudo isto é poesia E amor bem nosso, bem meus Os versos, e teus os braços Em que o cavaleiro jaz. Quanto à escada da Torre ____ Abateu: Não mais Cór de Alba ou Vigia, Que o Cavaleiro sou eu.” (Victorino Nemésio) (url)
© José Pacheco Pereira
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