ABRUPTO

8.3.04


EARLY MORNING BLOGS 155

O espantoso ardor desta mulher que dizia “eu sou a manhã”, fica para hoje, para esta manhã (cortesia de Ir).

Supremo Enleio

Quanta mulher no teu passado
Tanta sombra em redor! Mas que me importa?
Se delas veio o sonho que conforta,
A sua vinda foi três vezes santa!

Erva do chão que a mão de Deus levanta,
Folhas murchas de rojo à tua porta…
Quando eu for uma pobre coisa morta,
Quanta mulher ainda! Quanta! Quanta!

Mas eu sou a manhã: apago estrelas!
Hás-de ver-me, beijar-me em todas elas,
Mesmo na boca da que for mais linda!

E quando a derradeira, enfim, vier,
Nesse corpo vibrante de mulher
Será o meu que hás-de encontrar ainda….


(Florbela Espanca)

*

Bom dia!

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© José Pacheco Pereira
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