ABRUPTO

11.3.04


"AMAVELMENTE" (DE IVÁN DIEZ) TRADUZIDO POR VASCO GRAÇA MOURA

Amavelmente

Foi achá-la na pista e noutros braços...
Mas, já batido e sem escabrear-se,
rosnou ao passarão: "Pode raspar-se,
que o homem não tem culpa nestes passos."

E após ficar a sós com a garina,
as sapatilhas pede e, pronto, nisto
lhe diz como se nada houvesse visto:
"vai tratar-me do mate, Catarina".

A fulana lá vai e se acagaça,
e o mânfio, saboreia uma fumaça,
e segue-a com graçolas excitadas ...

E logo, a beijocar-lhe a testa, rente,
muito tranquilo, muito amavelmente,
coseu-a a trinta e quatro punhaladas.


(Iván Diez)

(Tradução feita para o Abrupto. O original em castelhano, dobrado de argentinismos, está no Abrupto de 9 de Março, com o mérito à divulgadora original do tango.)

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© José Pacheco Pereira
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