ABRUPTO

20.3.04


ABRUPTO FEITO PELOS SEUS LEITORES


"Depois do rover da Lego, temos agora uma réplica mais perfeita com uma base marciana. Está à venda aqui por 170 dólares. "

José Matos


Paulo Salgado discorda da minha opinião (sobre o Iraque, presumo) e envia este texto:

ORDEM E SANIDADE NO GOVERNO DAS NAÇÕES

«Os grandes antigos, quando queriam revelar e propagar as mais altas virtudes, punham seus estados em ordem. Antes de porem os seus estados em ordem punham em ordem as suas famílias. Antes de porem em ordem as sua famílias, punham em ordem a si próprios, aperfeiçoavam suas almas. Antes de aperfeiçoarem as suas almas, procuravam ser sinceros em seus pensamentos e ampliavam ao máximo os seus conhecimentos. Essa ampliação de conhecimentos decorre da investigação das coisas, ou de vê-las como elas são. Quando as coisas são assim investigadas, o conhecimento torna-se completo. Quando os pensamentos são sinceros, a alma torna-se perfeita. Quando a alma se torna perfeita, o homem está em ordem. Quando o homem está em ordem, a sua família também fica em ordem. Quando a família está em ordem, o estado que ele dirige também pode alcançar a ordem. E quando os estados alcançam a ordem o mundo inteiro goza de paz e felicidade.»

Texto atribuído a CONFÚCIO (Kung Fu-Tzé) , Os Grandes Pensadores, de Will Durant, Companhia Editora Nacional, S. Paulo, 1965


1. Face a atentados terroristas há, maioritariamente, duas tendências na reacção:

a) explicativa (há, bem , pois, isto acontece porque…); por vezes até justificativa (os americanos, quem semeia ódios…); gradativa (há uns mais fortes; outros mais fracos; alguns mais condenáveis do que outros, depende da organização terrorista…)
b) condenatória; não-justificativa; simplesmente condenatória; não há justificação possível para um atentado num país democrático.

2. Por convicções, medos ou ideias ingénuas, a maioria dos Media e da “esquerda-flutuante” tende à primeira reacção;

3. Há, nessa reacção erros flagrantes de apreciação que é preciso gritar:

A) A maior “misconception” é a de que os terroristas podem ser razoáveis; que basta sair do Iraque que eles param; É surpreendente que se possa acreditar nisto; primeiro porque não há, obviamente, qualquer critério de razoabilidade no terrorista; segundo porque, como também é evidente, o que está em causa é a pura e simples imposição, pela força, de um ideal de vida – justamente contrário ao ideal democrático
B) O segundo erro de apreciação é imaginar que uma posição que não seja absolutamente condenatória nos pode salvar de sofrer os mesmos atentados; aqui, uma vez mais, apela-se a uma espécie de compaixão no terrorista; falha a percepção de que não é possível a coexistência da ideia democrática com as ideias impostas pelos terroristas

4. Em razão da maioria em Espanha ter reagido mal e aderido à posição falaciosa – Aznar/apoiante dos Americanos/assassino/- traz uma consequência absolutamente nova para o mundo: o terrorismo triunfou; o terrorismo, a partir de agora, tem o poder de mudar governos. Isto sem falar na total ausência de acento tónico numa justificada retaliação conta os terroristas.

5. É tempo de reflectir sobre o velho lema “liberdade ou morte”: é que não estamos mais livres - temos medo e acentuamos a nossa condição de reféns - e estamos mais próximos de morrer - por cobardia, e não por estarmos a lutar justamente pela liberdade. “


(Nuno Horta)

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