ABRUPTO |
![]() semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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10.2.04
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11:38
(JPP)
são feitas num artigo de Vital Moreira, hoje no Público sobre as razões da manutenção de um conjunto de privilégios corporativos dos farmacêuticos. Só para a pequena história acrescento que há alguns anos numa sessão de “brainstorming” no PSD, destinada a sugerir novas iniciativas legislativas, eu fiz as mesmas perguntas – porque razão só os farmacêuticos é que podem ser donos de farmácias, porque razão não é livre e concorrencial a abertura de farmácias, porque razão certos medicamentos de consumo e acesso corrente, que são suficientemente inócuos para não necessitarem de receita médica (como as aspirinas), não se vendem nos supermercados como acontece em muitos países – e deparei com uma rápida e taxativa reacção de alguns meus colegas parlamentares, como se isso fosse um tabu indiscutível. Percebi. Nota: não é preciso ser adivinho para ver como vão surgir reacções rápidas e vigorosas ao que diz Vital Moreira. * Em geral as considerações de Vital Moreira sobre o regime proteccionista das farmácias são para mim indiscutíveis. Mas há duas questões que VM se esquece de referir no artigo do Público. A primeira e que viola todos os princípios básicos de concorrência é a limitação de propriedade a apenas um estabelecimento. Quer para os farmacêuticos, quer para outros que venham no futuro a ser proprietários, esta medida é manifestamente injusta. Imaginemos o que seria limitar o Sr. Belmiro de Azevedo a apenas um hipermercado. Toda a gente acharia escandaloso. A segunda questão reside na limitação do lucro imposta, e bem, pelo Estado. Tratando-se de um bem de primeira necessidade, os medicamentos têm o preço fixado pelo estado e daí que para compensar os proprietários sejam impostos limites territoriais e de capitação. Imagine-se por exemplo aldeias ou pequenas povoações, onde a maioria da população é idosa e com baixos rendimentos. Não há por certo grande consumo de cosmética farmacêutica ou de brinquedos para bebé. Assim, o lucro da farmácia é constituído em grande parte pela venda de medicamentos em que o preço é fixado pelo Estado. Havendo várias farmácias e atendendo ao reduzido n.º de pessoas, percebe-se que dificilmente qualquer uma delas resistiria financeiramente. Por outro lado, nas grandes cidades, nomeadamente Lisboa, o problema da concorrência não se coloca, pelo menos na maior parte do território. Se não vejamos o exemplo da zona de Alvalade que na mesma rua tem cinco farmácias. (Ricardo Sousa) (url)
© José Pacheco Pereira
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