ABRUPTO

3.1.04


VER A NOITE

Não deve andar muita gente lá fora, a estas horas. Nas terras ali fora, no campo, sem ser de carro, a pé. Está uma noite estranha, uma combinação de vento forte com rajadas muito frias, mesmo muito frias. À luz de uma metade de Lua, com algumas estrelas ao fundo, num céu apesar de tudo negro. O frio manda, atravessando as árvores sem folhas. Ao longe, numa árvore iluminada para as festas, as pequenas luzes oscilam furiosamente com o vento. Não temos florestas “negras”, mas, se as tivéssemos, não era hora para atravessar nenhuma.

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© José Pacheco Pereira
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