ABRUPTO

15.1.04


LUA, MARTE, TUDO

Muito do que se lê sobre o anúncio do programa espacial americano, para além do habitual anti-bushismo e das graçolas ignorantes, mostra uma enorme indiferença e insensibilidade ao tipo de desafio, ao tipo de aventura (esta é das poucas coisas que hoje merece esse nome), que é a exploração espacial. Pode-se contestar quase tudo no programa americano ( bom, poder pode, mas não deve, a coisa é feita por cientistas da matéria e, por muito estúpidos que se ache serem os políticos americanos, não foram eles que escreveram o papel), mas sem ele pouca coisa haverá no próximo meio século para além do habitual. O habitual é necessário, e aí os europeus têm um papel, mas sem o excepcional não se avança.

Talvez a mais revolucionária proposta do programa seja o abandono do Space Shuttle e a construção de raiz de um novo veículo espacial.

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"Estou de acordo que o programa espacial americano só deve ser criticado por pessoas com competência técnica para o fazerem, mas isto só se refere a críticas ao programa em si. Em contrapartida, se se levantar o problema de se querer saber se aquele dinheiro não seria melhor empregue noutra coisa, aí já estamos a discutir política e não ciência. E aí, numa sociedade democrática, todos podem expressar as suas opiniões. Quero acrescentar que, pessoalmente, tenho grande dificuldade em imaginar alguma actividade na qual aquele dinheiro fosse mais bem empregue. Quem, por exemplo, teria apostado em 1910 que a aviação teria o futuro que teve?"

(José Carlos Santos)

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© José Pacheco Pereira
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