ABRUPTO

3.1.04


EARLY MORNING BLOGS 110

Devia falar de manhãs, à luz destas manhãs esplendorosas de Inverno, com sol e frio. Mas hoje fico pelo tempo, o que nunca se fixa, o que faz as manhãs diferentes:

Imagens que passais pela retina
Dos meus olhos, porque não vos fixais?
Que passais como a água cristalina
Por uma fonte para nunca mais!....

Ou para o lago escuro onde termina
Vosso curso, silente de juncais,
E o vago medo angustioso domina,
– Porque ides sem mim, não me levais?

Sem vós o que são os meus olhos abertos?
– O espelho inútil, meus olhos pagãos!
Aridez de sucessivos desertos...

Fica sequer, sombra das minhas mãos,
Flexão casual de meus dedos incertos,
– Estranha sombra e movimentos vãos
.”

(Camilo Pessanha)

*

Bom dia!

*

Breve nota de engano meu: afinal o poema de Eleanor Farjeon, musicado por Cat Stevens, já tinha sido publicado há 60 manhãs atrás. Obrigado a José Carlos Santos que o enviou originalmente e que me recordou o erro.

(url)

© José Pacheco Pereira
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