ABRUPTO

23.1.04


DIÁRIOS E MÁQUINAS DO TEMPO

Hoje, em 1935, a neve caiu sobre as rosas em Nova Orleans. Edward Robb Ellis , um dos grandes diaristas americanos, registou no seu diário a excitação. “Estes sulistas dificilmente poderiam estar mais excitados, a não ser que começasse uma outra guerra entre os Estados”. Outro diarista. Arthur F. Munby, hoje, em 1864, ouviu, pela primeira vez, o barulho do comboio na nova linha de Charing Cross, o “dull wearing hum” da “maldita máquina”. Hoje, em 1848, a Charles Greville, contaram-lhe umas histórias sobre as crianças reais. Grenville anota que “talvez” possam ser interessantes para julgar o seu carácter quando crescerem.



Também sei que amanhã, em 1662, Pepys conheceu a mulher do seu tio Fenner. Não gostou. Também amanhã , em 1927, Virgínia Woolf toma chá com Vita Sackville-West. Esta mostra-lhe umas cartas de Dryden e, no meio delas, aparece uma carta de amor de Lord Dorset. Da carta cai uma madeixa de cabelo dourado. Virgínia pega nela : “One had a sense of links fished up in the light which are usually submerged”.

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© José Pacheco Pereira
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