ABRUPTO

8.11.03


QUE ALEGRIA É A DA RUA DA ALEGRIA

"Apercebi-me uma ligação interessante entre dois tópicos muito distintos recentemente abordados no Abrupto. Por um lado, referiu-se ao quase total desconhecimento que há no nosso país relativamente às guerras liberais e, por outro lado, falou da professora que o ensinou a ler na Rua das Doze Casas. Há uma palavra cuja ausência me intrigou neste último texto; trata-se da palavra «mestra» que era, julgo eu, a designação que era usada para aquele tipo de professoras.

O que liga os dois textos é a menção que faz, a propósito da Rua das Doze Casas, à Rua da Alegria. A respeito do nome desta artéria, escreve Eugénio Andrea da Cunha e Freitas no seu livro Toponímia Portuense:

"Recebeu esta designação, cremos que comemorando «com alegria» a
vitória das armas constitucionais.
Numa época de euforia, consequente dessa vitória, o Senado Municipal
distribuiu prodigamente nomes novos pelas artérias citadinas,
lembrando os seus heróis, as datas dos principais sucessos militares
e políticos, que então se julgavam padrões eternos, e hoje quase
ninguém sabe o que significam; outros ainda que, à falta de melhor
termo que não nos ocorre, chamaremos «alegóricos»: Triunfo,
Restauração, Regeneração, Firmeza, Alegria..."

É claro, para além dos nomes «alegóricos», também temos, por exemplo, o Bairro do Cerco, a travessa do Paiol, a Rua Marquês Sá da Bandeira (esta em Vila Nova de Gaia), e assim por diante."


(José Carlos Santos)

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© José Pacheco Pereira
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