ABRUPTO

22.10.03


POLÍTICA EXTERNA DA UNIÃO

Com a figura de um Ministro de Negócios Estrangeiros da UE, prevista na Constituição, pretende-se um upgrade da capacidade externa da União. O que se vai ter é um downgrade dessa política externa.

Eu conheço bem como se formulam as posições de política externa da UE, a julgar pelo que é essa componente no Parlamento Europeu. As posições "europeias" aqui definidas têm duas características em comum: uma, são uma colagem ecléctica de posições, nem carne, nem peixe, que pretende agradar a todos, desde a extrema-direita aos comunistas; outra, é que, quando tem mais alguma carne ou peixe, são as habituais posições anti-americanas politicamente correctas. Como os mecanismos de consenso e discórdia que aqui funcionam não são assim tão diferentes dos que unem os governos europeus, a impotência do novo MNE da UE não será muito diferente da do Sr. Solana. Recordam-se como ele foi saudado como o sr. PESC, o homem com o número de telefone que Kissinger pedia?

Um dos aspectos mais negativos da Constituição europeia é que está cheia destes falsos upgrades, a que não corresponde nem vontade política dos governos, nem legitimidade popular.

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© José Pacheco Pereira
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