ABRUPTO |
semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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5.10.03
PALAVRA DE HONRA
Um homem que dá a sua palavra de honra é como um homem que jura: as suas palavras valem mais do que palavras, são um acto decisivo em que ele coloca como penhor de si próprio, e da veracidade do que diz, a sua identidade. É um acto grave e sem retorno. Eu sou da escola em que se acredita quando alguém fala assim. (O Latinista Ilustre lembra e bem que, mesmo no estado republicano e laico, esta afirmação da palavra tem valor jurídico.) Reconheço que vivemos num mundo que tão pequeno sentido dá a estes valores (até porque muitos os desrespeitam com a boca cheia de grandes palavras) que, quando um homem, goste-se ou não, enuncia que a sua palavra é a sua honra parece uma trivialidade ou um expediente. Eu sinto um calafrio porque naquele momento é ele o forte e eu o fraco nas minhas dúvidas. Posso estar a ser enganado e o homem que invoca a sua honra não a tem? Sem dúvida, mas prefiro pagar esse preço para que os homens possam continuar, intactos, a nomear a sua honra como último penhor. A civilização é feita destas coisas. (url)
© José Pacheco Pereira
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